segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Coleções Biológicas e o constante exercício da bioética


Coleção Entomológica do Museu de Zoologia da USP
As Coleções Biológicas, são maneiras de inventariarmos e organizarmos nossa biodiversidade, sejam elas zoológica, botânica, microbiológica ou fóssil. Utilizando fichas com os dados de coleta e outras informações, temos literalmente, uma biblioteca de espécies que podem nos informar sobre diversos aspectos da biodiversidade, a qual podemos recorrer para obtermos numerosas informações, tal como espécies perdidas com expansão urbana, sobrepesca ou caça excessiva, ou mesmo novas espécies que são recentemente descobertas em diferentes localidades, além de nos fornecerem dados morfológicos, como variações de cor ou formato ao longo do tempo e do espaço e ecológicos como parasitas, desenvolvimento de gônadas e também dieta.

Frente do Museu  Nacional
Logomarca do Museu Paraense Emílio Goeldi
Diversas instituições atualmente comportam essa função, sobretudo os museus, como no caso no Rio Grande do Norte, onde o Museu Câmara Cascudo abriga as coleções paleontológicas e futuramente o Museu de Ciências Morfológicas, que abrigará as coleções de espécies atuais do Departamento de Botânica e Zoologia (DBZ) da UFRN. Mas as instituições que mais se destacam no país são o Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, o Museu de Zoologia da USP (MZUSP) e também o Museu Paraense Emílio Goeldi, o mais antigo do país.  
Logomarca do Museu Câmara Cascudo













A organização da diversidade biológica nos permite estudá-la muito mais facilmente e inclusive gerar estratégias e fomentar recursos para a sua preservação. As coleções dão abertura para que os pesquisadores e outras pessoas tenham acesso ao  patrimônio biológico de uma ou mais regiões, podendo ele gerar medicamentos e novas tecnologias.

Entretanto, para inventariar esse tipo de diversidade, é necessário o sacrifício de espécies animais, sejam elas insetos, répteis, anfíbios, peixes ou mesmo aves. Tanto que muitos biólogos em campo são indagados ou mesmo criticados quanto à este tipo de prática. Mas infelizmente, para obtermos determinados dados necessitamos da morte de determinados indivíduos. Uma situação recorrente onde o espécime é indispensável para o estudo, é quando este indivíduo coletado é o representante de uma nova espécie, sendo chamado Holótipo. Outro pesquisador tem o direito de contestar a validade da espécie, mas para isso, ele precisa reavaliar os caracteres que usaram para definir o Holótipo como uma nova espécie e para isso ele vai recorrer ao animal tombado em uma coleção.


E não somente por isso, em determinados casos, para a avaliação de dietas, é necessário um número mínimo de estômagos de animais, e por mais que isso pareça monstruoso, precisamos entender do que o animal se alimenta para preservarmos também sua fonte de alimento.





Símbolo da base de dados "Project Noah"
Atualmente, para evitar a coleta indevida e auxiliar em inventários de locais, armadilhas fotográficas e outros meios de ciência colaborativa tem surgido, sobretudo os aplicativos de biodiversidade. O qual você pode tirar foto, catalogar a ocorrência e ainda pedir para outros especialistas identificarem, com o uso destes tipos de aplicativos. Hoje cientistas tem mais facilidade em fazerem expedições ou mesmo em catalogar a ocorrência destes seres, sem necessariamente matá-los e depositá-los em coleções.

Eis dois destes aplicativos:


http://www.mol.org/  - Map of Life







Referências:





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