quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

From page - Resenha Sexta Extinção

Eis que a bola da vez é o livro vencedor do Pulitzer 2015: A Sexta Extinção.
O livro é produzido por uma jornalista, Elizabeth Kolbert. Realmente, para pessoas que procuram livros de cunho de divulgação científica ou matérias do mesmo tipo, ficamos assombrados pelas gafes, tais como o estudante de rio preto que vai viajar ao dobro da velocidade da luz, entre outras (colocar ao menos duas)
Entretanto este livro é a extrema exceção, o que temos aqui é um relato conciso, imparcial e fundamentado em diversas pesquisas, trabalhos e entrevistas com os especialistas. Elizabeth não se contenta apenas em registrar os dados de pesquisa e os relatos dos especialistas, ao colocar a sua impressão em acompanhá-los em campo ou laboratório, traz o leitor para perto dos cientistas, suas preocupações e pesquisas. Sua escrita é bem fácil e se desenrola bem, em muitos capítulos que nescessitam de uma abordagem mais histórica, ela o faz com excelência e embasada em dezenas, senão centenas de referência que estão disponíveis ao final do livro.
Mas já falamos da linguagem e da pessoa, falemos agora do tema. O título “sexta extinção” faz referência à uma hipótese científica que vem ganhando muita força recentemente, a de que os seres humanos estão sendo responsáveis por uma extinção em massa. Fora esta extinção de origem antropogênica, durante a história da Vida na Terra ocorreram outras 5. As extinções em massa se caracterizam por uma redução absurda da biodiversidade em um curto tempo geológico, por exemplo,a extinção do limite Cretáceo-Paleógeno, mais popularmente conhecida como O Fim da Era dos Dinossauros,onde cerca de 75% de todas as espécies foram extintas num espaço temporal de poucos milhões de anos, vale salientar que ela dedica um capítulo todo à esta extinção em específico.
Parte das evidências que sustentam a hipótese de que nós estamos causando uma extinção em massa vem de nosso impacto no planeta em busca de recursos, tal como o desmatamento de regiões mega-diversas como as florestas tropicais, a sobre-pesca nos oceanos, a emissão exarcebada de gases estufa e consequente mudança climática, além do também o trânsito de espécies invasoras, que competem com espécies nativas, reduzindo a biodiversidade. Ainda que estes sejam fatores que são abordados muito recentemente na nossa mídia, este problema é histórico, desde os portugueses desembarcando no Brasil e introduzindo ratos e desmatando a Mata Atlântica.
Elizabeth aborda essa mudança da paisagem terrestre em um momento mais antigo de nossa história, reabrindo o debate sobre a responsabilidade do homem na extinção da megafauna pleistocênica. Entre conversas com especialistas e idas à campo ela nos faz refletir sobre nosso impacto no globo e as consequências para a Vida, mas sobretudo para nós mesmos. Ainda que com um ótica catastrófica o livro é indispensável para entendermos como o ser humano está impactando a biosfera em diversos aspectos e de como este panorama nos coloca na linha de frente da Sexta Extinção.



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