quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Como Organizamos e Nomeamos a Vida

Algo extremamente comum ao ser humano é a sua capacidade, quase uma necessidade, de classificar e ordenar tudo o que ele conhece.Temos um talento nato em reconhecer padrões e semelhanças, extremamente útil para identificar predadores, ameaças e alimentos ao longo de nossa história evolutiva. Tanto que em alguns tipos de sistemas de classificação, eles agrupavam os seres vivos em úteis, indiferentes e nocivos.
Ainda que você seja bom de identificar padrões. Onde uma espécie começa e outra termina ?

Aristóteles
Teofrasto
Mudanças na maneira de se classificar começaram a surgir quando Aristóteles, no séc.IV a.C criou um sistema de classificação dos animais baseado na presença ou não de sangue e seu aluno Teofrasto criou outro para plantas de acordo com sua estatura, forma de cultivo e uso. No sistema de classificação de Aristóteles e Teofrasto vemos o rudimento da classificação pela semelhança entre os organismos vivos.






Entretanto, somente após a revolução científica durante o renascimento e a exploração do Novo Mundo,que sistemas novos de classificação e nomenclaturas foram propostos, devido ao acúmulo de dados e espécimes novos que chegavam após cada viagem. 





Carl Linné
O que mais se destacou, tanto que o usamos até hoje, foi o de Carl Linné, Naturalista Sueco que propôs o Sistema de 
Nomenclatura Binomial. Este sistema consiste em nomear todas as espécies existentes com dois nomes em latim, de maneira que diferentes pessoas em diferentes pontos do mundo entendam que elas estejam falando daquele ser vivo. Outro sistema que Linné apresentou para o mundo foi a Classificação Biológica, que consiste em reunir diferentes seres vivos em grupos ou táxons, dos mais específicos aos mais abrangentes, baseados em suas características semelhantes. Este sistema é facilmente reconhecido pelo seu sistema hierárquico -> Reino - Filo - Classe - Ordem - Família - Gênero - Espécie , ou, o famigerado Re.Fi.C.O.Fa.G.E.




Atualmente vemos que este sistema de classificar em “caixas taxonômicas” com delimitações claras entre grupos apresenta algumas sérias falhas dados os conhecimentos atuais. Sobretudo ao organizarmos e agruparmos os seres vivos em táxons hierarquizados, coisa que infelizmente está em desuso, pois conforme o número de espécies aumenta, a classificação delas pede um maior aumento de táxons hierárquicos, tais como subfilo, tribos, superordem, subfamília etc. Outro ponto  importante é com relação à aplicabilidade deste sistema, quando fundado por Linné no séc.XVII a principal hipótese de surgimento das espécies era o Criacionismo bíblico, logo fazia sentido agrupar os indivíduos em táxons distintos, afinal, Deus havia feito todas as espécies independentemente, apesar das semelhanças. Com o advento da Teoria da Evolução de Darwin e posteriores trabalhos de Mayr e colaboradores com a Teoria Neo-Darwinista, viu-se que pelas espécies existentes possuírem um ancestral comum, a idéia destes táxons estaria desatualizada, pois ela considera e trata as espécies diferentemente, como se houvesse uma divisão muito clara entre elas, como você poderia diferenciar uma família e sub-familia ou mesmo uma ordem e superordem, quais seriam os quesitos ? O número de espécies, a idade de surgimento do táxon ? Não existe uma distinção clara entre os diferentes táxons existentes, se eles são uma ordem, superordem, dentre outras, por este motivo usa-se agora somente a palavra táxon para descrever qualquer destes “graus” de classificação.

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