domingo, 10 de janeiro de 2016

Sobre Rios e Lobos



O parque Yellowstone, localizado nos EUA tem aproximadamente 900 hectares e mais de 100 anos de idade. Sendo um parque que tem fronteiras com diversas fazendas e ranchos, pedidos de caça são permitidos e muitos animais são abatidos assim que saem dos limites do parque. Para a preservação de espécies de caça no parque, como o alce, o diretor do Serviço de Parque ordenou a exterminação de pumas e de outros animais predatórios existentes no local. Com esse esforço começando em 1918, em 1926 já não havia mais registros da espécie no parque.




Infográfico em Inglês sobre as mudanças ocasionadas pela retirada dos lobos
Diferente do que se esperava, os trabalhadores e pesquisadores começaram a observar, ao longo do tempo, mudanças na vegetação, nos animais e até mesmo nos rios da região. Devido à ausência dos lobos, o maior predador de topo se tornou o coiote, que não consegue caçar animais como alces e bisões, logo os animais doentes e fracos começaram a se reproduzir e assim nasciam mais animais deformados e doentes.






Cena de caça dos lobos à um bisão
Além disso, a ausência do predador gerou uma explosão populacional de presas, que se alimentavam de muitas espécies de gramíneas ribeirinhas. Sem a mata ciliar, os rios começaram a gerar mais erosões nas laterais do rio, aumentando a velocidade e turbidez, reduzindo a profundidade e a oxigenação. Animais que dependiam de águas mais calmas, como castores, rãs e trutas agora estavam se tornando cada vez mais raras. O frequente pisoteio dos grandes animais empobreceu o solo, compactando-o e matando os seus microrganismos e por consequente o empobrecendo. Sem mais predadores de grande escala, animais que dependem de carcaças como ursos, corvos, águias e outros passaram a ficar mais magros e reduziram seu número.


Posteriormente, em 1990, os lobos foram reintroduzidos e com o passar do tempo, todos os efeitos negativos gerados por eles, foram gradativamente recuperados com o aumento da população. Ainda que o lobo agora seja protegido, não há uma fiscalização rigorosa com os animais que saem da reserva.






Este exemplo impressionante elucida muitas das questões sobre os Metaecossistemas. Vemos aí, um tipo de animal terrestre que influencia diretamente nos ecossistemas aquáticos (rios) que estão na região, bem como em toda sua fauna e flora. Este tipo de pensamento, como já explicado no nosso texto sobre metaecossistemas, se torna essencial para avaliarmos impactos em larga escala, incluindo a global, não só auxiliando na sobrevivência de nossa espécies, mas também na preservação de toda a vida deste planeta único e singular chamado Terra.






Referências:


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